Num daqueles momentos em que a vida te provoca de forma visceral, escolhi colocar o meu corpo em movimento. Foi assim que, aos 45 anos, um dia acordei, abri os olhos e ressoou em meus ouvidos: Escultura em Madeira.  

Tal escolha me conduziu ao encontro com o escultor pernambucano, Espedito Rocha. Desse generoso e potente encontro, um patrimônio em minha vida, descobri uma nova forma de criar. Sem qualquer experiência prévia com produções artísticas, foi pelas mãos e pelos olhos de Espedito que iniciei uma relação com as esculturas vazadas em madeira. Densas e dinâmicas, fortes e poéticas o encontro com elas engravidou a  minha alma.  

Entre diálogos com meus Mestres, com a diversidade de madeiras e ferramentas eu aprendi um jeito de esculpir de dentro para fora. 

Sigo aprendendo como os infinitos  modos de vazar produzem imagens, simultaneamente, interligadas e singulares. A experiência de esculpir é reveladora de como o(s) vazios e a(s) autoria(s) se entrelaçam nos movimentos da madeira, do escultor e da vida.